33º
CONGRESSO BRASILEIRO DA ANCLIVEPA - 2012
PRESSÃO
SISTÓLICA ARTERIAL PELO MÉTODO DOPPLER EM GATOS
PERSAS
SAUDÁVEIS E COM CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA
Adriana Cristina da Silva1, Ruthnéa
Aparecida Lázaro Muzzi1, Leonardo Augusto Lopes Muzzi1, Guilherme Oberlender1, Gisele
Fabrícia Martins dos Reis1, Matheus Matioli Mantovani1
1Universidade
Federal de Lavras – adrianagudi@gmail.com
Resumo:
A
cardiomiopatia hipertrófica felina pode ocorrer secundariamente a hipertensão sistêmica.
Desta forma, o objetivo do presente estudo, foi avaliar a pressão arterial sistêmica
por meio do método Doppler esfigmomanométrico, de forma a comparar os valores
obtidos entre animais com hipertrofia e animais saudáveis.
Palavras-chaves:
Felinos, Hipertensão, Ecocardiografia.
Introdução:
A
cardiomiopatia hipertrófica felina (CHF) se caracteriza por um aumento na
musculatura
cardíaca associado à um ventrículo hipertrofiado e não dilatado. A
hipertrofia
ventricular pode ocorrer devido a um aumento da pressão como em casos de
hipertensão sistêmica ou estenose sub-aórtica, além de alterações hormonais como
hipertireoidismo (Abbott, 2010). No entanto, um adequado controle da pressão arterial
sistêmica em gatos e suas implicações nos sistemas orgânicos ainda é pouco
definida (Jepson et al., 2007). Este trabalho tem por objetivo avaliar a
pressão sistólica pelo método Doppler em gatos da raça Persa saudáveis e com
CHF, de forma a comparar os resultados e definir variações entre doentes e
saudáveis, além de correlacionar os dados com a idade e o sexo.
Material
e métodos:
Foram
utilizados um total de 20 gatos da raça Persa, provenientes da rotina do
Serviço
de Cardiologia do Hospital Veterinário da instituição. Os animais foram
clinicamente
examinados e foram obtidas cinco medidas da pressão arterial sistólica (PAS) no
membro anterior esquerdo em cada animal (Sparkes et al., 1999), usando o
aparelho Doppler Medpej® DV2000. Foi realizado também avaliação cardíaca e ecoDopplercardiografia
para se determinar a presença ou ausência de CHF. Os animais foram divididos em
dois grupos (n=10), sendo grupo 1 (G1) com animais saudáveis e grupo 2 (G2) com
CHF. A idade e a PAS foram submetidas a análise descritiva, com detalhamento
das médias e desvio-padrão. Todos os dados foram submetidos ao teste de
normalidade (Kolmogorov-Smirnov) e as médias foram comparadas por testes
estatísticos adequados. A variável sexo foi submetida a análise de frequência.
As médias de idade e PAS foram comparadas entre animais dos dois grupos pelo
teste t não-pareado (P<0,05). Todas as análises foram realizadas utilizando
o pacote estatístico SPSS for Windows versão 17.0.
Resultados:
Para os
animais saudáveis, quatro eram fêmeas (40%) e seis eram machos (60%) e para os
animais com CHF três eram fêmeas (30%) e sete eram machos (70%). As médias de
PAS (mmHg) não diferiram entre os grupos pelo teste t (P>0,05), sendo que os
valores para G1 e G2 foram, respectivamente, 123,20 ± 14,79 e 133,10 ± 17,27mmHg.
Quanto à idade foi observada diferença pelo teste t (P<0,05) entre os grupos
estudados e os valores para o G1 e G2 foram, 31,30 ± 27,00 e 106,00 ± 56,32
meses, respectivamente.
Discussão:
Entre os
animais com CHF foi observado um número maior de machos, sendo que está
relatada na literatura uma maior prevalência de machos doentes comparado as fêmeas
(Fox, 2003). Em relação à idade, foi observado que o grupo de animais com CHF
apresentou valores superiores aos saudáveis. É observado na literatura, que a idade
média ao diagnóstico dos animais com CHF é de cerca de seis anos (Abbott, 2010),
o que justifica a idade mais elevada do G2 do presente estudo. Entre os grupos
estudados não houve diferença estatística com relação aos dados da PAS obtidos.
Este dado corrobora com a ausência de hipertensão sistêmica como causa de CHF.
No entanto, a observação dos dados permite inferir que o G2 apresentou um maior
valor para a PAS que o G1. Isto pode ser devido a quadros mais graves da CHF,
uma vez que alguns animais apresentavam obstrução da via de saída do VE.
Conclusão:
A CHF é
uma das cardiomiopatias mais frequentes em felinos. Desta forma, o
diagnóstico
precoce e definição das causas secundárias que podem levar ao seu desenvolvimento
são essenciais para o correto manejo clínico. Desta forma, o presente estudo
demonstrou a importância da obtenção da pressão arterial sistêmica em felinos,
exame muitas vezes negligenciado na rotina clínica, mas que é de grande auxílio
no diagnóstico e prognóstico da CHF.
Referências:
ABBOTT, J.A. Feline hypertrophic cardiomyopathy: an
update. Veterinary Clinics Small Animal. v. 40, n.4, p.685-700.
Blood Pressure on Survival in Cats with Systemic Hypertension. Journal of
Veterinary Internal Medicine. v. 21, n.3, p. 402-409, 2007.
Obrigada por divulgar nosso trabalho.É sempre bom ver que nosso estudo pode auxiliar outros colegas.Abraços
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