29 de jan. de 2013

ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA E ALDOSTERONA COMO BIOMARCADORES NA DEGENERATIVA MIXOMATOSA DA VÁLVULA MITRAL EM CAES


330 CONGRESSO BRASILEIRO DA ANCLIVEPA - 2012

 

ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA E ALDOSTERONA COMO

BIOMARCADORES NA DEGENERATIVA MIXOMATOSA DA VÁLVULA MITRAL EM
 
CÃES.

 

Rodrigo P. Franco1, 2, Carla R. Massufaro2, Carolina H. Girotto2, Aparecido A.
Camacho1.

1 FCAV- UNESP/Campus Jaboticabal- vetrpf@yahoo.com.br;

2 Universidade de Marília-UNIMAR
 

Resumo: A cardiologia veterinária vem pesquisando biomarcadores da insuficiência cardíaca congestiva (ICC) para fins de prognóstico. Para isso, utilizaram-se 36 cães portadores da degeneração mixomatosa da válvula mitral, com dois grupos compostos por cães pertencentes à classe funcional Ib, um recebendo maleato de enalapril (0,5mg/kg) e o segundo furosemida (2mg/kg); mais dois grupos pertencentes à classe funcional II, com o primeiro recebendo enalapril e furosemida, e o segundo, enalapril associado à espironolactona (1mg/kg) e furosemida. Ambos na mesma dosagem, uma vez ao dia por 56 dias. Os resultados evidenciaram valores diferenciados (p<0,05) de ECA e aldosterona entre as classes funcionais; com os cães que receberam enalapril isoladamente ou associado a diuréticos, apresentaram redução (p<0,01) em ambas variáveis. Desta forma, os valores séricos de ECA e aldosterona podem ser considerados biomarcadores na evolução da ICC e terapêutica.

 
Palavras chave: Inibidores da ECA, diuréticos, endocardiose, canino.


Introdução:

A doença degenerativa mixomatosa da válvula mitral (DDMVM) caracteriza-se por uma insuficiência valvular, levando cronicamente á ativação do sistema renina angiotensina aldosterona (SRAA) e do sistema nervoso simpático (Ortega e Gómez, 2007); desenvolvendo sinais clínicos de ICC que podem ocasionar o óbito de pacientes não diagnosticados ou tratados corretamente (Kitagawa et al., 1997). Dessa forma, partindo da hipótese que a ECA e aldosterona podem ser consideradas biomarcadores cardíacos, objetivou-se avaliar cães com DDMVM quanto as classes de ICC, a partir dos valores séricos de ECA e aldosterona, antes e após terapias distintas.

 
Material e métodos:

 Avaliaram-se 36 cães portadores da DDMVM, com dois grupos compostos por cães pertencentes à classe funcional Ib da ICC , onde o primeiro (n=8) recebeu maleato de enalapril (0,5mg/kg) e o segundo (n=8), furosemida (2mg/kg); e mais dois grupos pertencentes à classe funcional II, com o primeiro (n=10) recebendo maleato de enalapril (0,5mg/kg) e furosemida (2mg/kg) e o segundo (n=10), enalapril associado à espironolactona (1mg/kg) e furosemida. Todos os medicamentos administrados uma vez ao dia durante 56 dias. Antes (T0) e após (T56) as terapias, amostras de sangue total foram coletadas por meio de punção venosa e encaminhadas para a determinação dos valores séricos de ECA e aldosterona. Os valores séricos de aldosterona foram obtidos por radioimunoensaio em duplicata, com os valores da ECA pelo método enzimático simplificado. Os resultados obtidos foram analisados pelo método de variância por medidas repetitivas nos fatores grupo e tempo, utilizando o Teste de Tukey a p<0,05.

 
Resultados:

 Os valores séricos da ECA e aldosterona não evidenciaram variações significativas entre os grupos da mesma classe funcional. Porém, evidenciaram diferenças significativas (p<0,05) entre os grupos e classes funcionais de ICC, com redução dos valores (p<0,01) após terapias nos grupos G2, G3 e G4.
 Discussão:

 Como a ação farmacológica dos inibidores da ECA é no SRAA promovendo redução da pré e pós-carga cardíaca, como demonstrado por Kitagawa et al. (1997) em cães com DDMVM, os grupos G2, G3 e G4 confirmaram essa ação quando receberam terapias a base de maleato de enalapril, um inibidor da ECA, associado ou não a diuréticos. Porém, no G1 que recebeu furosemida, a redução não foi significativa em virtude do mecanismo de ação do fármaco. No G4, os valores de aldosterona foram menores com adição da espironolactona (Ortega e Gómez, 2007). Já as diferenças nos valores basais entre as classes funcionais estudadas, demonstram a evolução da ICC na valvulopatia (Tidholm et al., 2001).
 
Conclusão:
Os valores séricos de ECA e aldosterona podem ser considerados biomarcadores no prognóstico da ICC, conforme as classes funcionais e terapia empregada.
 
Referências:
 KITAGAWA, H., WAKAMIYA, H., KITOH, K. et al. Efficacy of monotherapy with
benazepril, an angiotensin-converting enzyme inhibitor, in dogs with naturally
acquired chronic mitral insufficiency. The Journal of the Veterinary Medical
Science, Tokyo. v. 59, p. 513-20, 1997.
 ORTEGA, M.; GÓMEZ, L. Comparacíon en el manejo de pacientes com degeneración mixomatosa mitral com enalapril e con la combinación enalapril espironolactona. 2007. Disponível em “www.cardiologiaveterinaria.com”. Acesso no dia 05 de setembro de 2008.
TIDHOLM, A., HAGGSTRONS, J.; HANSSON, K. Effects of dilated cardiomyopathy on the renninangiotensin- aldosterone system, atrial peptide natriuretic activity, and thyroid hormone concentrations in dogs. American Journal of Veterinary Research, Chicago. v.62, n.6, p.961-67, 2001.
 

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